A expectativa Afirmar que 2025 será melhor que 2024 é uma redundância de pouco sentido, uma vez que 2024 será mais um ano deste lustro para ser desconsiderado (mas, não esquecido), pois, 2020 e 2021 foram perdidos para o vírus e o outro para a água.
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Leia maisTuristas & Cotistas – um novo paradigma para as viagens familiares
O turismo é um fenômeno recente na humanidade, pois, só nos últimos 100 anos (depois da invenção do avião), tornou-se possível ir e voltar em tempo razoável, senão, as férias (que surgiram também recentemente, nos últimos 200 anos, com a revolução industrial) ficariam reduzidas a grandes intervalos de viagens. Por último, coma tendência de longevidade pela melhoria da saude, o desafio de como gastar o tempo livre, fez explodir as viagens curtas (nos séculos passados, viagens de menos de dois meses eram consideradas curtas). Nos séculos 19 e 20 da era comum, o maior grupo de viajantes de férias eram políticos, juízes, funcionários públicos graduados e professores, os quais gozavam anualmente até 3 ou 4 meses de recesso em seus “trabalhos”.
De acordo com o estudo Megatrends 21, na segunda metade do século 20, com a tecnologia e a saúde dando saltos intergaláticos, máquinas maiores, mais velozes, mais seguras, mais confortáveis e com valores aceitáveis, levaram mais gente a mais lugares, cada vez mais longe. Qual gente? Os mesmos privilegiados de antes, agora vendo seu grupo acrescido daqueles que ganharam longevidade, por causa da melhoria da saude e passaram a trabalhar menos por causa do conhecimento e da tecnologia, por consequência, ganhar mais e viver muito mais.
Isso fez florescer uma nova vertente econômica, transformadora da cultura e da família, criando novas profissões e exigindo novas estruturas. Foi nesse período que as Atividades Características do Turismo ganharam novos formatos, novos modelos e têm gerado muita riqueza em muitos destinos.
Em novembro de 1996, por suas lideranças comunitárias e empresariais, Gramado escolheu um caminho: ser um destino de eventos e viagens familiares, induzindo investimentos no setor de “gastadores de tempo” como casas gastronômicas, parques temáticos, casas de espetáculos, polarizados pelos hotéis. Não apenas Gramado, nesta esteira de acontecimentos, alguns lugares despontaram por suas lideranças locais e surgiram destinos que se consagraram, muito mais por suas atitudes que por suas atrações naturais ou localização.
BIGDATA
Neste cenário, as cidades do Pólo Gramado, onde se inclui Canela, Nova Petrópolis e São Francisco de Paula, já receberam nos últimos 30 anos, mais de 40 milhões de turistas (com suas respectivas fichas de hospedagem, as quais trazem seus perfis detalhados), os quais são ou poderiam ser, recorrentes.
Resorts Fracionados
Nos últimos anos do século passado e nos 10 primeiros anos deste século, surgiu uma modalidade de financiar a construção de hotéis, diferente da tradicional e secular propriedade individual de meio de hospedagem, via transferencia de fortuna ou empréstimo bancário. Foi a era dos CONDO-HOTEIS, onde os apartamentos são vendidos para investidores individuais, em sua maioria pessoas físicas, em busca de renda e garantia de seus patrimônios. Nos últimos 10 anos em Gramado, surgiu uma nova modalidade de financiar os grandes empreendimentos e atualmente, nos arquivos de suas empresas de hospedagem por venda fracionada, está um cadastro de aproximadamente 40 mil pessoas como seus clientes. Estes clientes não existiam antes de 2017, quando se inaugurou o primeiro grande hotel financiado de forma pulverizada, vendido em frações.
Cotistas
Estes compradores, não são investidores, pois o fazem com a finalidade de usufruto de lazer e não de renda, 40 mil cotistas representam a presença na região de aproximadamente 200 mil pessoas consumindo bens e serviços a cada ano.
Esses cotistas são titulares de famílias geralmente numerosas, com mais de 2 acompanhantes, o que agrega valor ao ticket médio da hospedagem, agregando outros ítens ao faturamento, como alimentação, passagens aéreas e ingressos em parques e resteatros. O cotista não paga o pernoite, pois, este faz parte da cota e o que garante o fluxo de caixa são as generosas taxas de condomínio.
Cotismo é Persistência:
Esses cotistas reforçaram a idéia forte neste pólo, têm características diferentes da Recorrência: é um turista que sempre volta, sempre acompanhado e com permanência bem definida e mais esticada que os turistas acidentais.
Turismo é Recorrência:
A recorrência é uma métrica que define o grau de fidelidade dos turistas em relação a um destino.
Historicamente, no Pólo Gramado e seus destinos, 1 em cada 3 pernoites são usufruídos por pessoas que já foram nas cidades por mais de 3 vezes ao longo do tempo. As motivações que os faz retornar são as mais diversas, 5 exemplos foram captados em 2024 e autorizados a serem usados neste texto:
Familia Cearense
35 apartamentos de um hotel de luxo, no período do natal todos os anos, nos últimos 25 anos, são ocupados por uma família comandada por um empresário aposentado, proprietário de uma transportadora terrestre e uma construtora. Isso fez com que crianças dessa família já se casaram em Gramado, idosos já deixaram o grupo para a viagem definitiva, a cidade se tornou um ponto de encontro familiar e as reservas para o próximo ano são feitas no check-out. Nem na pandemia, houve interrupção desse ritual.
Casal Carioca
Em 1996, um bancário e uma artesã casaram-se e ganharam de presente sua Lua de Mel em um hotel de Gramado (que na época era novinho em folha). Eles vieram à cidade em um grupo da CVC e no 2º e no 5º anos de casados, retornaram em viagem individual, de automóvel. Nos anos seguintes, voltaram outras 13 vezes, via aérea (segundo eles, os voos ficaram mais baratos que o automóvel desde 2003). Nos anos mais recentes, trouxeram as famílias, dois dos três filhos já se casaram e eles tiveram um neto, cujo primeiro aniversário foi comemorado no salão de festas do mesmo hotel, onde estavam presentes 66 pessoas, sendo 11 crianças. O líder do casal, durante a festa, confessou que, ao se aposentar, pretende vir morar em Gramado.
Familia de Brasilia
Uma chefe de cerimonial de um ministério longevo do Brasil, esteve pela primeira vez em Gramado no ano de 1995, teve um problema no caixa eletrônico e foi quando conheceu um jovem gerente da filial de um banco estatal da cidade e com o tempo, ele foi transferido para a capital federal. Casaram-se. Ela era de uma família tradicional dos tempos dos candangos, que havia progredido em Sobradinho, uma das primeiras cidades satélites do Distrito Federal. Eles então, adotaram o hábito de anualmente visitar parentes e amigos deixados em Gramado, Canela e Nova Petrópolis. Eles viajam em um grupo cada vez maior, por estarem agora como avós, filhos, netos e bisnetos. Na última visita, no encontro realizado na Zaandam em Nova Petrópolis, haviam 2 cadeiras de rodas para idosos e 2 carrinhos de bebês no grupo de 16 pessoas. Segundo a agora matriarca da família, o habito de viajar é uma paixão da família e a viagem para o Rio Grande do Sul é um ritual quase sagrado.
Grupo de amigos de Presidente Prudente
Profissionais do agro, apreciadores de vinhos e charutos, eles chegam em Canela montados em suas grandes e potentes caminhonetes, com familiares e agregados, sempre no começo da estação fria, para uma semana de férias e divertimentos. Já trocaram de hotel duas vezes, mas não trocam de cidade.
Grupo de casais homoafetivos de Recife
Um engenheiro de petróleo, um piloto de aeronave, um artista plástico e um médico pediatra, vivem uma rotina nos últimos 18 anos de vir a Canela caminhar por trilhas e comer churrascos. Eles escolheram os hotéis pela qualidade, pelo atendimento e por receber seus pets de forma encantadora. Por um encontro em uma cervejaria, o líder deles assinalou que viajam duas vezes por ano, no verão para fora do país e no inverno para a Serra Gaucha.
Amigas do Espírito Santo
Em 1997 elas vieram à cidade com um grupo de 40 pessoas, em uma missão organizada por uma entidade do sistema S, com finalidades profissionais e empresariais. Naquela época, como o grupo ficou na cidade de quarta até sexta, algumas daquelas jovens empreendedoras se organizaram para esticar a estada até domingo. Deram bastante trabalho para a agência de viagens contratada para remarcar suas passagens aéreas que forçavam transbordos em São Paulo ou Rio de Janeiro, mas, segundo uma delas confidenciou em outubro do ano passado, valeu a pena. Eram 9 moças e com o tempo o grupo foi se refinando e atualmente 5 senhoras provectas continuam refazendo aquele mesmo roteiro, com novidades a cada viagem, porém, com as mesmas paixões.
Estes 5 exemplos não compraram cotas. E, perguntados porque não compraram, deram as mais variadas respostas, aqui omitidas de propósito.
Os invisíveis
Existe ainda um grupo de turistas ocasionais, que são os proprietários de “segunda moradia”. Pessoas melhor aquinhoadas pela sorte e pela fortuna, que desenvolvem propriedades residenciais em lugares diferentes de seus domicílios. No presente case, apresentou-se para a pesquisa um médico que possui casa em Xangai-lá na Costa Leste Gaúcha, apartamento em Gramado e casa em condomínio na cidade de Miami. Estes invisíveis, mesmo quando acompanhados de seus amigos e parentes ou quando emprestam essas residências para terceiros, as colocam em aplicativos ou imobiliárias, não aparecem nas pesquisas de consumo ou de impactos na infra-estrutura, mesmo que estejam efetivamente participando dessa cadeia de valor, através do gasto de energia, consumo de água, compras, alimentação e aquisição de serviços como internet, segurança e pagamento de tributos.
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