Novos modos de praticar a experiência da hospitalidade

Compartilhando, Experimentando e Assinando: novas maneiras de praticar a milenar hospitalidade.

Por muito tempo, os hóspedes pagavam diárias ou pernoites em hotéis de forma sistemática, após o uso da hospedagem e isso formava uma base teórica de prestação de serviços em forma de comércio.

Agora, o que se vislumbra é o fim do pagamento da diária, com o pagamento de condomínio antecipado em parcelas mensais, como se fosse uma assinatura, para a fruição no futuro.

Do lado do negócio:

Receber adiantado capitaliza o negócio de uma forma nova e sugere que o fluxo financeiro da empresa seja estruturado, pois, para formar capital de giro atualmente, os hotéis transformam adiantamentos de cartões, emitem recebíveis ou emprestam na rede bancária. Em todos os modos, as taxas de juros variam de 4 a 16%.

Do lado do hospede:

As diárias adquiridas em forma de “assinatura”, na figura da compra de uma cota, pode permitir que se planeje com antecedência e mais proveito as férias e representa uma poupança em forma de produto, da mesma forma que nos primórdios da civilização se armazenava trigo ou lenha, hoje, dependendo da atividade, poder-se-á armazenar diárias de hotel. Da mesma forma como está em alta o costume de assinar automóveis, livros, teatro, sinal de internet e produtos de consumo em geral, como vinhos, caviar, e frutas exóticas.

Linha do Tempo

A Hotelaria – a modo simplório, o ato de “dormir fora de casa” – é um negócio TRIMILENAR: surgiu em 776 antes AC e, por mil anos foi gerida por militares. Desde a ascensão do cristianismo ao poder no Império Romano (380 DC), passou a ser, em boa parte do mundo, gerida por religiosos e, mais mil anos depois, caiu nas mãos de governos que tratavam o ato de hospedar, uma atitude de segurança institucional, tanto para garantir a integridade dos amigos, como para vigiar os não tão amigos. Com a revolução industrial (1.760 DC) a hotelaria ganhou novas atribuições, passando de “lugar de descanso” para “ponto de encontro”. Foi uma revolução dentro da revolução.

O mundo andava devagar

O primeiro veiculo para deslocamento de longa distancia foram os quadrúpedes (cavalo, camelo são os mais conhecidos) e em seguida de cariocas e charretes, ainda fracionados pro quadrúpedes. Ao pular para dentro do navio, os humanos foram longe e com muita gente, porem,  em baixa velocidade e ali, logo após a civilização aprender a navegar, o tempo já era a maior riqueza da humanidade, pois, a consciência da vida finita era cada dia mais explicita. Do remo para a vela e da vela para o motor, se passaram mais de 4 mil anos. E do motor para o vôo sub sônico, foram menos de 200 anos! A cada ganho de velocidade no “meio de transporte”, havia novas necessidades de “meio de hospedagem”: afinal a necessidade de chegar a algum destino, exigia o uso de alguns meios e os três que mais se sobressaem são Comunicação, Transportes e Hospedagem

Mudando de finalidade e localização

Com o surgimento dos meios de transportes rápidos e de grande porte, a hotelaria ganhou nova roupagem, pois, se com o cavalo o ser humano levava um dia para se deslocar 80 km com um pequeno grupo de pessoas em carroças, charretes ou no próprio lombo, um mês para ir de um país a outro e quase meio ano para trocar de continente em navios movidos a vento. Atualmente, 80 km se faz em menos de duas horas e um continente se acessa em metade de um dia. Em teoria, sumiram os hotéis de beira de estrada ou ao longo dos portos e apareceram os hotéis em áreas nobres, como ponto de realização de negócios e morada temporária durante a realização de trabalhos, estudos, tratamentos de saúde, negociações politicas ou realização de eventos de toda a natureza. Isso aumentou o tempo de permanência, porque antes, o hóspeda parava o suficiente para se sentir descansado e recuperado das forças para seguir viagem e atualmente ele usa o hotel como escritório ou morada durante a realização de atividades.

O século das mudanças rápidas

No século 20 a revolução tecnológica alterou as comunicações, os transportes e a produção, junto com isso, o mundo inventou um novo jeito de gerir o tempo, a hotelaria ganhou mais importância e com isso, deixou de ser um serviço público e passou a ser um negócio, atraindo o investidor das três principais vertentes da nova riqueza pós industrial: os agricultores os comerciantes e os construtores. Em menos de um século a hotelaria passou de propriedade de utilidade pública, regulada por governos, passou a ser uma atividade empresarial e, com isso, sofreu muitas modificações em seus modelos de negócios.

Hotel, Pousadas, Hostel, Resort, Condo-Hotel, Aluguel de Temporada e Compartilhados, são mudanças de uma mesma indústria ao longo do tempo e em diferentes modelos, fruto da evolução tecnológica e dos costumes.

O repouso dos deuses

A palavra hotel foi redefinida e ganhou mais significados com o tempo: desde quando os Aqueus, povos que formaram a Grécia Antiga a chamaram de “lugar onde os deuses repousam”, passou a ser lugar e símbolo de cortesia, segurança, conforto, descanso, experiências, descobertas, trabalho e ponto de encontro.

O Primeiro

Esta é a vista da janela do primeiro hotel, que foi construído para hospedar a maior autoridade da mitologia grega durante os jogos olímpicos, em 776 AC, em Olimpia. Zeus trouxe um séquito de deuses, semideuses e ninfas que ocuparam os 31 quartos da construção. Eles ficaram hospedados sete noites, enquanto assistiram à primeira competição  organizada pela civilização ocidental.

Os Jogos Olímpicos foi o evento mais longevo da história da hotelaria, com 290 edições em 1.160 anos. Reza a lenda que, ao terminar a única competição que consistia a primeira edição, Zeus queria distinguir o melhor atleta como herói de tempos de paz. Para não o comparar com um soldado, por lembrar de guerra e violência, para que ele ostentasse uma láurea, assim, escolheu a coroa tecida com folhas de louro, simbolizando a beleza de Apolo e o amor de Dafne. Este evento se tornou tão importante, que o intervalo entre uma edição e outra era chamado de “Olimpíada”.

O mais antigo em funcionamento

Fundado no ano 705 DC, o hotel Nishiyama Onsen Keiunkan, em Yamanashi, Japão, é o hotel mais antigo do mundo operando, com 1311 anos em operação. O tradicional local chama atenção também por se manter na família Mahito há 52 gerações

O maior

O First World Hotel & Plaza, com 7.351 quartos, fica dentro do parque temático Genting Highlands, na cidade de Kuala Lumpur, maior cidade da Malásia. O hotel é moderno, com quase todas as operações automatizáveis, desde o check-in até a aquisição de bebidas e comidas em um Piano Bar. 

Mas, a cortesia é garantida pelos 1.300 humanos que trabalham em suas instalações e os outros 4.000 que trabalham dentro do complexo de entretenimento do parque e seus atrativos.

O primeiro lugar de hospedagem no Rio Grande do Sul

O Cabildo de São Miguel das Missões hospedou o filósofo iluminista Voltaire, que disse ver as Missões Jesuíticas representando o “Triunfo da Humanidade”.

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