Na última Tele-Conferência do IN-PACT realizada na tarde de 27 de abril – segunda feira – foi repisado que TURISMO é uma atividade diferente de outros segmentos, como o de tecnologia, agronegócio, indústria de transformação ou serviços financeiros e de saúde: Ele, Turismo, tem três características intrínsecas de difícil gestão:
Imagem:
As cidades eminentemente turísticas vivem da própria imagem.
Mobilidade social:
Profissionais de turismo em todos os segmentos da cadeia – hotelaria, gastronomia, diversões, receptivos e guias – trocam de posições e saem e entram nos nichos de mercado com muita facilidade, por serem a maioria das funções de fácil aprendizado.
Relevância
O ato de viajar a negócios tem sido bombardeados pela tecnologia, o ato de viajar a lazer tem sido considerado como supérfluo por muitas instâncias de governo e os eventos têm sido cada dia mais vinculados aos atributos dos destinos.
Alem disso, existem outras condicionantes para a complexidade da gestão, tanto pública como empresarial, em termos de resposta dos poderes, da cidadania, das empresas e dos clientes.
Sensibilidade:
Durante o evento, foram citadas nominalmente, as cidades de Caldas Novas, Bonito, Gramado e Ipojuca (Porto de Galinhas), como DESTINOS SENSÍVEIS.
Imagine que, numa destas cidades se abram os hotéis no afã de “salvar a economia” e recrudescem os problemas de saúde: ”por exemplo: na eventualidade de detecção de TRES CASOS de teste positivo para o novo coronavírus (um ‘surto‘ na visão exagerada do turista) em um hotel de uma destas cidades, isso destruirá não apenas o hotel, como também a imagem do destino”, enfatiza Samuel Kruchin, profissional de Hotelaria e Instrutor Facilitador da EBH – Escola Básica de Hospitalidade.
Comorbidades:
Empresas que não resistirem 60 dias inoperante, poderão morrer por causa de outras “comorbidades negociais, como falta de caixa, capital de giro, crédito, ineficiência administrativa ou baixa significância mercadológica”, na concepção de Nelson Ambros, especialista em negociação de empresas, gestão empresarial e finanças. E completa: “não serão os dois meses de inoperância que vai quebrar muitas empresas, serão as que estão predispostas a ter problemas, pois, o lockdown as expôs e não permitiu a rolagem de dividas e compromissos”.
Alonso Blanco, Professor de Hotelaria e um dos instituidores da EBH, detectou que, como o problema é igual para todos e afetou todo o mercado em termos globais, não será problema de concorrência que vai definir a sobrevivência das empresas e sim a saúde que elas por acaso ostentariam antes do evento da pandemia. Alonso apresentou alguns números: “pelas noticias do mercado, quase metade dos Condo-hotéis só voltarão a operar a partir de 2021 e boa parte destes, voltarão com bandeiras diferentes das que abriram o ano de 2020”.
Conclusões:
- O mercado de Turismo sobreviverá com um empobrecimento de 1/3 de sua capacidade de gerar renda e riqueza.
- A imagem dos destinos está em risco e todo o cuidado é pouco para não cair na tentação de reabrir o mercado em busca de um turista que não existirá nos próximos dois meses.
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