5 perguntas para Marta Rossi CEO do Festuris

O Festival de Turismo de Gramado está à portas de sua 32ª edição e, por causa da pandemia, ficou na zona cinzenta até recentemente, quando houve, finalmente a liberação para a realização de eventos desde que respeitadas as limitações de que o novo normal exige.

FESTURIS
Pavilhões do Serra Park – Gramado – RS
5 a 8 de novembro de 2020
Confira as demais informações ficando AQUI

Marta Rossi é gramadense, formada em Ralações Públicas, com passagens pela hotelaria de Gramado e, em parceria com sua sócia Silvia Zorzanello, criou o Festival de Turismo no final da década de 80, na onda da profissionalização do turismo da cidade. O Festuris é o principal ícone desta profissionalização da cidade que se tornou um dos principais desejos de consumo do brasileiro nos últimos 20 anos.

O Frontdesk fez 5 perguntas para a gramadense Marta Rossi, CEO do Festuris.

Na conversa, três frases suas marcaram e resumem seu pensamento nestes tempos conturbados

       > “os eventos on-line vieram para ficar”
       > “eventos presenciais são insubstituíveis”
       > “normal é o momento que a gente vive

Vai ter FESTURIS presencial em novembro?

Sim! Nós teremos o Festuris presencial em novembro. Estamos felizes porque, com esta resposta positiva do governo do estado para com os eventos, no final de setembro, o Festuris de certa forma foi comtemplado seremos a primeira feira das Américas no setor de turismo e também vamos ser a primeira feira do RS contemplada, seguindo depois a Zero Grau e na sequência, a MERCOPAR. Estes são os primeiros 3 eventos no formato de feira voltada para o mercado corporativo que estarão acontecendo neste período pós pandemia.

Quantos stands e quantos visitantes são esperados para essa edição?

Estaremos trabalhando com o número de pessoas que os protocolos permitem para a área que a gente está ocupando, que será de 25 mil metros quadrados, a exemplo dos anos anteriores, mas, trabalhando com um novo layout da feira, onde todos os stands são ilhas e dentro deste universo podemos trabalhar. Em um primeiro momento, nossa ideia é ter acima de 150 expositores. Esses expositores, claro, terão que respeitar, o numero de pessoas dentro de seus espaços – isso e uma determinação do protocolo. Isso significará perto de 5 mil pessoas no total, considerando a equipe de trabalho, expositores e visitantes. O que vai favorecer muito o evento nesse novo formado e vai fazer com que ele seja extremamente produtivo, é que nós implantamos um sistema de agendamento para todos os participantes da feira e não só para alguns segmentos como era antes. Toda a feira vai ter sistema de agendamento e isso vai favorecer a agilidade do evento, pois, todas as pessoas serão direcionadas para o segmento que elas tem interesse. Esse é o estudo feito para esse primeiro momento.

O Festuris pode ser considerado um marco da retomada do turismo profissional pós-pandemia?

Sim. Acho que é um marco, pois teremos o primeiro evento da retomada das feiras. E aqui no sul, seremos a primeira em todos os segmentos É um marco, principalmente porque teremos uma referência para isso. Nós tivemos um cuidado muito grande em seguir um protocolo exigido pelo governo e fomos alem nos termos de biossegurança e a nossa intenção é sermos referência para os demais eventos que acontecerão no primeiro semestre do ano que vem. Todos sabemos que, mesmo com a vacina chegando como previsto, o país não terá uma resposta imediata de 100% de imunizados até o meio do ano que vem, então a situação vai ser a mesma, talvez um pouco melhor que agora, para os eventos do primeiro semestre de 2021 e o Festuris poderá ser uma fonte de observação e até de pesquisa para estas feiras que virão, nos itens relacionados a segurança de um modo em geral.

Os eventos virtuais vieram para ficar ou são apenas uma forma de driblar o vírus?

O eventos virtuais ja vinham ocupando um espaço, um território, no período pre-pandemia. Eles ja vinham se mostrando uma nova alternativa para os eventos e a pandemia acelerou o processo. Ele ja vem se mostrando uma nova alternativa para os eventos e acho que desde sempre, “os eventos on-line vieram para ficar”. Toda inovação vem com um propósito de se estabelecer, de permanecer e nós temos que ter sensibilidade e abertura para isso. E mais: saber aproveitar o que essa nova tendencia tem a nos oferecer enquanto organizadores de eventos. Por outro lado, os eventos presenciais jamais serão substituídos porque o ser humano não vive em isolamento e a pandemia também provou isso: ele precisa se relacionar, precisa estar com outras pessoas. Também é importante saber tirar proveito destas ferramentas que permitem os eventos on-line para fazer os mistos, os híbridos ou até como alternativas em casos onde não se possa se deslocar ou reunir, como agora. Inclusive, para criar novos eventos. Enfim, é importante saber tirar proveito do que estas tecnologias nos oferecem. A pandemia fez com que a nossa geração acelerasse os processos, que já acontecia no meio dos jovens. Sem esquecer que o presencial é importante e dou como exemplo os segmentos da área de tecnologia e das novas gerações: porque eles fazer eventos presenciais, se eles tem todos os conhecimentos e ferramentas para fazer on-line? A resposta é: porque o ser humano precisa se encontrar e eles mesmos provaram para nossa geração que os eventos presenciais jamais serão substituídos. O próprio FESTURIS, com seus mais de trinta anos, na parte de conteúdo será híbrido: uma parte presencial e outra parte on-line. São estas vantagens e esta capacidade de tirar proveito do mercado, que precisam ser saudadas

As sequelas psicossociais da epidemia vão afetar a forma dos humanos se reunir ou, em toca da vacina vamos voltar ao mesmo normal?

A resposta vem com outra pergunta: o que é “normal”? Para mim, “normal é o momento que a gente vive”. Isso é uma opinião muito pessoal. Em todos os tempos, em todos os acontecimentos, se a gente acompanhar a historia, sempre existirão os futurólogos que fazem projeções. É preciso considerar que o comportamento humano é cíclico e muda conforme o momento. Momento é a palavra-chave. As pessoas vão se comportar mum primeiro momento de forma diferente. Mas, depois elas vão se adaptando conforme as circunstâncias que estarão vivendo. Voltar tudo ao normal depende do que entendemos como normal. Temos uma capacidade infinita de nos adaptar, porque normal é o momento que a gente vive. Como nós vamos nos comportar daqui a um ano? Será da forma que aquele ano estará vivendo. Essas previsões que se fazem de que “o mundo jamais será o mesmo”… Como não será mais o mesmo? Ele será conforme as condições do momento que estivermos vivendo. Nós nunca vivemos o passado, vivemos o presente. Sim, a gente faz previsões para o futuro, mas, no futuro nos vamos viver com as convictos de lá. Então é muito vago e muito arriscado pressupor o que vai acontecer ali adiante. Os humanos se acomodam e se adaptam às situações que eles vivem. A história mostrou outros fatos de outras pandemias e o mundo se adaptou. Foi vivendo suas “normalidades”. Aliás, esta pandemia não nos limita a olhar só para ela. E os outros problemas como a malária, as gripes? Porque as pessoas não se acordaram para isso? São questionamentos que fazemos. Isso mostra que estamos trabalhando com o efeito “manada”, vamos em função daquilo que nos é informado. Hoje, a evolução da tecnologia da informação faz com que o ser humano não viva mais apenas a dor da sua família ou da sua comunidade ou da sua região. Vivemos as dores do mundo e as alegrias do mundo. Compartilha absolutamente todos os sentimentos com o mundo, com o planeta terra. Nos estamos no mesmo instantes em todos os lugares. As pessoas estarão vivendo conforme o momento e o que estará acontecendo naquele momento.

O FESTURIS será realizado nos pavilhões do Serra Park.

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