Gramado no feriadão lembrou os tempos normais

Crônica do Dia Santo

As 21 horas de sábado, um casal porto-alegrense refugou um apartamento de hotel por causas não conhecidas, queria mudar de endereço e… A cota de 60% de ocupação estava esgotada e ele foi salvo por um grupo de WhatsApp das pequenas pousadas que o alojaram por uma tarifa amigável de 3 diárias por R$ 1.350,00, com café da manhã. O almoço poderia ser uma das mais de 100 opções de cardápio que a cidade oferece entre R$ 17,90 até, R$ 450,00 por pessoa. Para aproveitar o tempo, 86 atrações gratuitas ou pagas, tinham “controle de aglomeração” por monitoramento eletrônico em “real-time”.

Às 8 da manhã de domingo a “Rua Torta” tinha 183 pessoas circulando tomando sol e tirando fotografias, a “Praça das Etnias Europeias” tinha 197 pessoas na fila do Pão da Colônia e às 09:57 a “Rua Coberta” tinha 697 pessoas circulando e tomando café às 10:47.

O cronista deu cinco voltas no centro até achar uma vaga de estacionamento para coletar as fotografias, sendo que, neste caso, a distância de 500 metros do centro,  foi benéfica para a saúde e o prazer de caminhar ao sol de uma manhã de primavera com os termômetros marcando 18 graus sob sol, as 10:37 GMT-3

Neste ponto do dia, as ruas de acesso ao centro já registravam mais de 10 km de filas de carros, com a “chegada para o almoço”, dos aproximadamente 12 mil hóspedes e 20 mil “domingueiros”.

A diferença dos tempos normais ficou por conta da redução da ocupação hoteleira que, em tempos não pandêmicos seria de 100%, e do surgimento de três novos profissionais: o Controlador de Distanciamento, o Fiscal de Máscaras o Monitor de Aglomerações.

Antônio, Controlador de Distanciamento, uniformizado e armado com um “pau de loja de tecidos” de um metro, afirma que “os turistas estão muito obedientes na fila e pisam sempre nas marcas”. Quando não pisa, ele, discretamente pede a pessoa para ajudá-lo a medir a distância da pessoa que está à frente e imediatamente tudo se reorganiza.

Ana, uma linda jovem loira e de olhos sorridentes, circula discretamente entre as aglomerações da Rua Coberta, elogiando as máscaras e raramente entabula diálogos do tipo, “como é linda sua máscara! e cadê a dela?

Às 18:00, o engarrafamento saltou das ruas para as calcadas, e transformaram o trecho entre a Avenida das Hortênsias e o Palácio dos Festivais em um cortejo digno do Círio de Nazaré.

A maioria dos turistas tinham origem em um raio de 300 km, ou seja, 90% da população do estado e do Sul de Santa Catarina. Paulistas, cariocas, mineiros e brasilienses, também são notados com frequência e o monitoramento eletrônico os mapeia pelo código DDD.

Esses números são vistos como um bom indicador da retomada do turismo na cidade, os quais, somados aos sinais da aviação e dos eventos, acendem uma “luz no meio do túnel”.

Por José Justo

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